5.1.09

O espetáculo vai começar...

Tudo começou quando tinha 10 anos. 4º série. Minha escola fazia todos os anos uma peça sobre o descobrimento do Brasil. Lembro que a professora começou a distribuir os papeis. E eu? Não sobrou nada para mim. Cheguei até a profº perguntei se eu não poderia participar, queria muito fazer. Lembro bem do que ela me disse “você não se encaixa em nenhum papel por enquanto” Legal né? No dia da apresentação, cheguei animada na escola, tinha a esperança de ainda conseguir participar. Todas as minhas amiguinhas estavam participando. Foi então que surge a oportunidade. Uma das garotas que faria uma índia faltou e a profº gentilmente me chamou para participar.
Continuava não me encaixando no perfil da personagem (sou loira e branquela muito diferente de uma índia), mas estava muito feliz de participar. Fiz então minha primeira peça de teatro, não havia fala e eu ficava escondida atrás de um morrinho improvisado, mas continuava feliz! Depois disso continuei fazendo pequenas aparições na escola, tudo que tinha de ser apresentado, lá estava eu!


Quando cheguei a 7º série o clássico “Romeu e Julieta” posou em minhas mãos. A história já estava em forma de teatro apenas esperando ser encenada. Juntas, eu e duas grandes amigas resolvemos encarar o desafio e fazer a peça. Começamos pela adaptação do texto, pois o texto é longo. Fizemos isso. Começamos ao mesmo tempo os ensaios e a arrumação dos figurinos, cada um trazia de casa o que tinha e se encaixava no contexto. Assistimos ao filme, para pegar os detalhes, escolhemos as músicas e produzimos o cenário. Muitos ensaios, algumas brigas, muita correia, ansiedade, nervosismos. Eis que chega o dia da apresentação. Toda a coordenação da escola estava presente, os pais dos alunos estavam presentes, os meus estavam. Minutos antes da apresentação, sentei no palco pedi proteção dos anjos respirei fundo e começamos. Nada de relaxar durante a apresentação, a correia era grande para fazer com que tudo saísse da forma que foi planejada, para que não houvesse buracos entre as cenas, para que a música não falhasse e para agradar todos os presentes. Fim de peça. Como todo pai é coruja e puxa saco do filho foram muitos aplausos, eu sinceramente não fiquei muito contente com o resultado poderíamos ter feito melhor, mas estávamos de parabéns. Não é fácil montar um clássico de Shakespeare, principalmente quando se tem 14 anos.


Cheguei ao colegial. No primeiro ano montamos uma releitura de “O auto da barca do inferno” de Gil Vicente. Dessa vez tive professor profissional de teatro, o maravilhoso Marco Brytto. O cara é fera, conseguiu fazer com que uma turma que no começo era só farra ganhasse o regional de teatro. Nos apresentamos para jurados profissionais, ouvimos criticas de profissionais, tentamos agir como profissionais. No segundo ano a mesma coisa, só que dessa vez montamos uma peça escrita pela minha professora “O ouro azul” falava sobre a importância de se economizar e cuidar da água. Apresentamos em Campinas em 3 teatros, em Americana, Bragança Paulista. A bagunça no ônibus era a melhor parte. Não chegamos a ir para as apresentações estaduais, mas tudo estava valendo. Foram varias viagens, ensaios diários e algumas vezes exaustivos, passar 10 vezes a mesma cena não é uma coisa muito bacana, entretanto necessária quando se quer chegar a algum lugar.


O teatro é superação, exaustão, repetição, improviso. Aprendi que teatro é ação e reação, que é muito importante saber improvisar. Teatro é magia e realidade junto. Teatro é a repetição de ações em busca da perfeição. Teatro é suor, sangue. Teatro é alegria, é tristeza. E principalmente teatro é paixão.
Na faculdade voltei a participar de algumas peças. Peças pequenas, rápidas, a maioria em cima de improviso o que confesso que não é meu forte. Prefiro ser ensaiada e ter tudo marcadinho.
Talento? Talvez não tenha, talvez tenha, já ouvi criticas positivas e negativas. Vontade? Isso eu tenho de sobra! Posso garantir.


Quem sabe nos encontraremos em alguma apresentação!


PS: Felipe, obrigada pelo prêmio.Meu blog agora está "Na mira do Felipe"

5 comentários:

Cleyton Brayt disse...

Oi Carol, ameu seu blog, e este post está maravilhoso, realmente você expressou sobre o teatro a real essência do motivo de fazer teatro... Até mais querida, Bjus

Cynthia disse...

Queria muito fazer teatro... acho super legal! Mas acho que minha memória é muito fraca para decorar textos e textos. Mas adoraria tentar!

Feliz 2009 atrasado!
Beijos!

Felipe Lucchesi disse...

Admiro muito teatro de escola,porque ninguém ganha salário,ninguém tem vaidade destrutiva por ser ator,apenas tem muito amor pela arte e para colocá-la no palco.
Espero que nos encontremos mesmo em alguma apresentação.
Claro,você está na minha mira ! risos
Beijos !

Cleyton Brayt disse...

Oi querida!

sou ator sim...

Brigãdão pelo recado, estou começando meu blog agora... inclusive se vcx puder ser sgeuidora eu fikaria muitissimoo feliz, rs

Te espero sempre,...
Aguardo novos post's seus !
Bjinhus

Cynthia disse...

Te premiei! ;*