21.2.10

Viagem para o interior!

Esta noite antes de dormir resolvi fazer uma viagem para dentro de mim. Tentar conhecer e entender um pouco mais sobre eu mesma. Esta viagem tinha como principal objetivo percorrer caminhos que fizessem entender os motivos de conflitos, de reações e ações.

Logo de cara encontrei a vaidade, não tinha noção do tamanho do espaço que ela ocupava dentro de mim, confesso que já foi maior, notei que a auto-estima ai aos poucos tomando seu espaço tentando fazer com que ela ficasse do tamanho ideal. Cabelo, maquiagem e acessórios não são tudo na vida, quanto mais a auto-estima ganhava espaço, mais conseguia entender que cultivar somente a vaidade iria me levar a um caminho fútil e superficial.

A alegria estava logo abaixo, do seu lado a tristeza, a raiva e a irritação. Percebi que a irritação é bem sensível, bastava apenas encosta-la que já colocava suas garras para fora cutucava a raiva e se fosse necessário chamariam a tristeza. As três juntas sempre que podem dão um jeito de dar um chega pra lá na alegria, porem persistente que é, não deixa se abater com facilidade, quando necessário fica um pouco apagada para revitalizar suas forças e parte com tudo para derrubar seus oponentes. Encontrei bem no meio da alegria e da tristeza o reservatório de lagrimas, com isso entendi como elas sempre se manifestam em qualquer ocasião, bastava a alegria se inflar um pouco ou a tristeza se expandir um único centímetro para as lagrimas aparecerem.

Notei que o medo estava espalhado por todo canto. Ser feliz me dá medo. A tristeza também vem acompanhada do medo. A insegurança, o risco, a vontade também traz de brinde o medo. O medo ocupa em mim um espaço maior do que poderia imaginar e maior do que poderia aceitar. Todos os caminhos tinham como pano de fundo o medo, a coragem por sua vez estava sempre perseguindo o medo. Em algumas vezes ela conseguia alcança-lo e ai a luta começava. Quando a coragem ganhava a alegria se inflava, quando o medo vencia a tristeza se expandia. Fiquei com medo de sentir tanto medo, a fraqueza se manifestou nesse momento, talvez fosse só para me avisar “eu estou aqui, não vá se esquecer”, mas logo a força acabou com sua festa e mostrou sua onipotência e sua força, propriamente dizendo.

Em canto quase bem escondido havia uma caixinha bonita e fechada com um laço, nela estava escrito com letras grande e bem visível “preconceitos”. Não fiquei surpresa ao encontrá-la, sempre soube que existiam, no entanto há tempo eles não se manifestam, por isso estão guardados dentro dessa bonita caixa.

Quando voltei dessa viagem, tudo estava mais claro. A confusão de sentimentos e sensações estava começando a ser explicada. A tristeza é vizinha da alegria, que é vizinha da fraqueza, que mora ao lado da força, a vaidade e a auto-estima estão em uma disputa por espaço e o medo percorre todos os caminhos. Notei que estou longe de ser uma pessoa totalmente evoluída livre de todo e qualquer tipo de pré-conceito. Somente agora me dei conta de que não encontrei com a inveja, será que ela não existe ou ela esta guardada dentro de outra caixinha, perdida dentro de mim?

Um comentário:

Luan Fernando disse...

Juliane
Porque a vaidade ocupa um lugar tão grande dentro das pessoas? Por que elas admiram o superficial? Por que a alegria não é como a irritação, ou como ou a tristeza que se expandi em um único centímetro para as lagrimas aparecerem?
O que torna o medo bonito literalmente é o momento em que ele encontra a coragem.
E será que depois dessa imensa viagem só restou a dúvida ONDE ESTÁ A INVEJA?