Sou voluntária em uma escola primária, aqui na rua da minha casa, vou lá todos os dias brincar com as crianças. Faço com elas jogos e brincadeiras que estimulam a criatividade e a desinibição. Inspiro-me em alguns jogos do Z.É., o espetáculo é tão bom e completo que dá aproveitar muita coisa para fazer com as crianças.
Último dia de aula. Confraternização. Festa. Papai Noel. A escola levou o Papai Noel para dar bala e anotar os pedidos da criançada. Que idéia legal. É fundamental fazer com que a criança realmente seja criança, é fundamental deixar que a criança acredite em Papai Noel, em coelho da páscoa, em príncipe, princesa, fadas, duendes, bruxas e seres encantados. Eles são o portal do mundo real para o mundo encantado. Quem nunca sonhou em ser uma princesa? Em encontrar um príncipe? Ou então ficou com medo de comer uma maçã depois de assistir Branca de Neve? A magia de cada um desses personagens é importante para que nossa imaginação descanse das preocupações reais. Pois bem!
A festa estava uma delícia, muitas coisinhas gostosas para comer, as crianças estavam se divertindo àbeça. Eis que chega o momento mais aguardo (para nós adultos!) Para elas, as crianças, era surpresa a vinda do Papai Noel, nós adultos é que ficamos ansiosos para ver qual a reação dos pequenos diante daquele velinho gordo vestido de vermelho!
O alvoroço foi grande, os pequenos cercaram o jovem-velho, o encheram de perguntas e de quebra ainda ganharam um saquinho com bala, pipoca e pirulito. Ver nos olhos daquelas crianças a satisfação por estarem no mesmo lugar, de tocar em um personagem do nosso imaginário chegou até ser emocionante. As risadas, gargalhadas eram tantas que por alguns instantes me senti criança.

O tempo passa, a agitação diminui aos poucos, elas parecem se acostumar com a presença do jovem-velinho. Entro no banheiro e encontro uma das minhas pequenas chorando, em prantos, não, não exagero, o choro era real e de tristeza. Pergunto-lhe o que aconteceu para tanto desespero. Resposta “a menina me falou que papai Noel não existe que ele é mentira”. Cortou-me o coração ouvir e ver seus olhinhos transbordando em lágrimas.
Por que fazer isso com uma criança?Qual a necessidade de quebrar o encanto da imaginação? Não culpo a criança que lhe disse isso, afinal se ela acha isso é porque os pais fazem com que ela viva desde pequena na realidade dura e cruel. Mas por quê?
Nessa escola eles têm de 5 a 10 anos e posso dizer a vocês que até os alunos de 10 anos se divertiram muito com o Papai Noel, acreditando ou não que ele existe.
Pequei-a pela mão e levei-a de encontro com o Papai Noel, ela o abraçou, ainda chorando cochichou algo em seu ouvido e ele também cochichou algo no ouvido da pequena. Percebi que ela ficou um pouco mais calma. Perguntei então “agora você continua acreditando que ele existe?”, com lindo sorriso apenas balançou a cabeça em sinal de positivo.
O que se ganha ao fazer uma criança de apenas 6 anos deixar de acreditar que Papai Noel? Deixem as crianças sonharem, imaginarem, as deixem acreditar no que não existe. É a hora delas. O momento em que elas têm para isso. A infância passa tão rápido. Deixem o encanto se quebrar aos pouco, porém sem deixar marcas e feridas. Com a vida corrida de hoje, o mundo deixou de sonhar e imaginar, não é atoa que os que ainda tem a capacidade de sonhar são chamados de louco e insanos. Pois bem, vamos contribuir para que os pequenos sejam um pouco “loucos” pelo menos nessa fase. Deixem com que sonhem, que imaginem, que brinquem com o não real, não quebrem o encanto!
6 comentários:
É, tem que deixar a criança aproveitar essa época... na qual ela pode sonhar e acreditar em tantas coisas que com o tempo passam e perdem o encanto que antes tinham.
Acho que eu choraria que nem ela se me dissessem que Papai Noel não existe. Eu amaava o Natal!
;*
Putz!
Eu tenho 25 anos e tenho meus sonhos e fantasias até hoje, viu?! Só mudei de personagens e situações, mas ainda creio no mundo da fantasia! Sonhar e fantasiar é bom demais! Ainda mais se tratando de criança!
Ana eu ainda tenho meus sonhos e fantasias...acho isso muito importante para conseguir viver um pouco melhor....
Ai fico revoltada quando fazem isso com as crianças!
Concordo com o teu post.
Quando eu era criança, tinha por volta de 6 anos, minha prima três anos mais velha que eu, me contou que Papai Noel não existe, eu não fiquei como essa guria, mas admito, fiquei chocado e cometi um erro. Fui correndo pra casa e contei à minha irmã dois anos mais nova que eu, ela sim, teve a mesma reação que essa guria do teu post.
Nossa,eu chorei tanto quando descobri sobre papai noel !!!!Deveríamos acreditar sempre !!!
Oi Carol ! Hoje resolvi rever os comentários no meu blog e linkar a nata que comenta bem e escreve bem.Gosto do seu blog também e o linkei no meu tá?! Se puder e quiser,pode linkar o meu no seu.Beijos !
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